Deixa o coração falar o que eu calei um dia.
Deixa a casa sem barulho, achando que ainda é cedo.
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia.
Deixa tudo como está e se puder, sem medo.
Deixa tudo que lembrar, eu finjo que esqueço.
Deixa, e quando não voltar eu finjo que não importa.
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta.
Deixa o que não for urgente, que eu ainda preciso.
Deixa ali teu endereço, qualquer coisa aviso.
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa.
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo.
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande.
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo.
Se o adeus demora, a dor no coração se expande.
Deixa o disco na vitrola pr’eu pensar que é festa.
Deixa a gaveta trancada pr’eu não ver tua ausência.
Deixa a minha insanidade, é tudo que me resta.
Deixa eu por à prova toda minha resistência.
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro.
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila!
Deixa pendurada a calça de brim desbotado que, como esse nosso amor, ao menor vento oscila. Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa.
Deixa tudo que eu não disse, mas você sabia.
Deixa o que você calou e eu tanto precisava!
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia.
Deixa tudo o que eu pedia... Mas pensei que dava.
Viram?! Puxou ao pai....rsrsrsr
Sim, puxou ao pai!
ResponderExcluirBela poesia, bela demonstração de sentimentos.